OPINIÃO | Para onde vão os guarda-chuvas
Título: Para onde vão os guarda-chuvas
Autor: Afonso Cruz
Ano de Publicação: 2013
Editora: Alfaguara
Acho que vou passar meses a reflectir sobre esta história. Sinto-me incapaz de partir para uma nova leitura.
Para onde vão os guarda-chuvas é uma história magnifífica, brilhante, as personagens são fantásticas, Fazal Elahi e Isa tocaram o meu coração como poucas personagens literárias o fizeram. Badini é genial e uma personagem tão importante nesta história.
Mas ainda que brilhante, esta é uma história dolorosa que nos leva a reflectir sobre a morte, a religião e sobre a família.
"Com tanto sofrimento, com licença, deveríamos chorar estrelas, para mostrar como tudo o resto é pequenino comparado com tudo o que nos dói."
Decididamente os livros de Afonso Cruz são para ler devagar, saborear desde a primeira a última página. Li algumas críticas sobre o livro ser demasiado longo, não achei. Em nenhum momento me aborreceu, parece-me que tem a medida e a complexidade certas.
Encontramos neste livro passagens deliciosas como esta:
"Fazal Elahi sabia que o infinito não era maior do que isso. Parecia-lhe que, quando o filho lhe abria os braços, dava a dimensão exacta do infinito. E quando os fechava era um espaço ainda maior: os braços apertados contêm mais infinito do que os braços abertos, que contradição."
Com tanta coisa boa que já disse sobre o livro, tenho de apontar o que menos gostei. Achei que a parte final evolui demasiado depressa para o ritmo que o livro estava a levar. Agora, aquele final não me pareceu nada justo, não está certo, mas é assim mesmo, qualquer final para esta história não seria suficientemente digno.
Afonso, esta foi brilhante!
Classificação no Goodreads: 5/5