OPINIÃO | A Estrada Subterrânea
Título: A Estrada Subterrânea
Autor: Colson Whitehead
Ano da primeira publicação: 2017
Editora: Alfaguara Portugal
A Estrada Subterrânea é o romance de Colson Whitehead que arrecadou o Prémio Pulitzer para ficção (2017) tendo ainda estado na corrida para o Man Booker Prize (2017). As críticas são promissoras: "um romance poderoso", um "livro de aventuras que é também um livro de viagens", um "romance histórico com toques de fantasia e distopia" e uma "reflexão sobre a humanidade com toques de fábula". Por tudo isto, o romance será adaptado à televisão, numa série dirigida por Barry Jenkins, realizador de "Moonlight".
Tendo por base o cenário que descrevi no parágrafo acima, comprei o meu exemplar de A Estrada Subterrânea, tendo partido para a sua leitura com grandes expectativas!
Em jeito de enquadramento, a personagem principal do romance é Cora, uma escrava numa plantação de algodão no estado de Georgia. O romance relata a sua vivência numa altura em que Cora aceita o desafio de Caesar, um outro escravo recém-chegado à plantação, e os dois fogem pela "estrada subterrânea".
Ora bem, um tema sensível, alguma ação envolvida, uma personagem principal promissora. Mas a coisa não se deu como esperava, o tal romance poderoso revelou-se distante e muito impessoal, não senti qualquer empatia com nenhuma das personagens, nem mesmo com Cora, faltou-lhe personalidade. A forma como a narrativa está construida levou a que um tema tão perturbante e violento como a escravatura fosse relatado de forma demasiado ligeira.
Relativamente à escrita há que realçar que somos contemplados com algumas passagens interessantes. Se pudesse dividir o livro em partes diria que a primeira se lê muito bem, já a segunda começa a ficar um bocadinho aborrecida (mas talvez esta sensação derive da falta de empatia com as personagens?).
No fim o que ficou foi muito pouco. Dois dias volvidos e pouco me recordo acerca da história e das personagens. Ficou a indiferença.
Classificação no Goodreads: 2/5