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Claro como a água

Um blog para os apaixonados por livros, ou simplesmente para quem procura um livro para ler

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5 às Quintas | Livros de Autores Portugueses para principiantes

28.05.20

 

O Top 5 desta quinta-feira contem livros escritos por autores portugueses que poderão ser a escolha do leitor que pretende iniciar-se na literatura portuguesa contemporânea.

Até praticamente ao final da minha adolescência, numa altura em que começava a fazer escolhas mais conscientes também ao nível da leitura, sempre que entrava numa livraria deslocava-me até à secção de literatura traduzida, ignorando as estantes dedicadas à literatura lusófona. Se também és um leitor cético relativamente à literatura lusófona contemporânea mas estás disposto a dar-lhe uma oportunidade, estas 5 sugestões de leitura poderão ser o início da descoberta de um outro nível de leitura em português.

 

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Todos os Dias são Meus de Ana Saragoça é sobre um crime que o leitor rapidamente perceberá que pouco importa descobrir quem o cometeu, há coisas mais interessantes neste livro. É uma leitura muito breve, o livro tem apenas 104 páginas, mas tem a medida certa.

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Biografia involuntária dos amantes de João Tordo foi o primeiro livro do autor que li. Uma obra difícil de caracterizar em que a empatia com as personagens é o ponto forte da leitura. 

"Que é feito de ti?" Encolhi os ombros. "Nunca mais me vi. Se me encontrares, avisa-me." "As pessoas perdem-se." "É verdade." Sorri.

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A Desumanização de Valter Hugo Mãe é, como são todas as obras do autor, uma prosa poética que muito provavelmente levará o leitor a questionar a sua experiência literária até ao momento. Esta obra em particular é dedicada pelo autor ao irmão falecido que nunca chegou a conhecer, mas que o acompanhou e cresceu consigo no seu imaginário infantil.

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O funeral da nossa mãe de Célia Correia Loureiro prende o leitor logo nas primeiras páginas, quer pela escrita quer pelas personagens. O mote para a história é o suicídio de Carolina e o último pedido que faz às três filhas: Luísa, Cecília e Inês e que leva as três jovens a reunirem-se em Vila Flor, no Alto Alentejo. Mais do que uma viagem temporal ao passado dos pais, as três irmãs vivem uma viagem de auto descoberta.

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Teoria Geral do Esquecimento de José Eduardo Agualusa foi o livro que me tornou fã do autor.

"Deus pesa as almas numa balança. Num dos pratos fica a alma, no outro as lágrimas dos que a choraram. Se ninguém a chorou, a alma desce para o inferno. Se as lágrimas foram suficientes, e suficientemente sentidas, ascende para o céu. Ludo acreditava nisto. Ou gostaria de acreditar. Foi o que disse a Sabalu: vão para o Paraíso as pessoas de quem os outros sentem a falta. O Paraíso é o espaço que ocupamos no coração dos outros.”

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Já leram algum destes livros? Quais foram os livros que vos levaram a apaixonar-se pela literatura portuguesa?

Últimos livros adicionados à wishlist

22.05.20

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Os últimos 5 livros que entraram na minha lista de livros a ler foram escritos por 5 autores que nunca li.

Sobre Conduz o teu arado sobre os ossos dos mortos da escritora polaca que recebeu o Nobel de Literatura em 2018, Olga Tokarczuk, tenho lido maravilhas escritas por várias pessoas que tenho como referência por termos gostos literários semelhantes. Nunca li nenhuma obra escrita por um autor polaco pelo que já são dois argumentos a favor desta leitura.

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Enquanto passeava pelo site da Relógio D'Água, deparei-me com o livro Eu Vou, Tu Vais, Ele Vai da autora alemã Jenny Erpenbeck. Dizem que é uma das maiores escritoras europeias contemporâneas e que nesta obra aborda um dos problemas mais prementes do Mundo atual, "a crise dos refugiados" . Pela sinopse e pela editora que o publicou, decidi que teria de lê-lo.

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Já referi que ultimamente tenho voltado a ler thrillers, e foi na busca de livros deste género pelo Goodreads que cheguei a Gritos Silenciosos de Angela Marsons. São vários os comentários de leitores que consideram o livro viciante e o enredo surpreendente, opiniões mais do que suficientes para ter tomado nota de que este poderá ser um bom livro dentro do género literário.

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Do autor austríaco Robert Seethaler deparei-me com a obra Uma Vida Inteira numa das últimas vezes que pus os pés numa livraria. Li as primeiras duas páginas até chegar a uma parte onde me vi obrigada a parar. Partilho aqui o excerto:

"As pessoas dizem que a morte traz uma nova vida, mas as pessoas são mais estúpidas do que qualquer cabra estúpida. A morte não traz absolutamente nada! A morte é a Dama Fria (...) Percorre a montanha e atravessa, furtiva, o vale. Vem quando lhe apetece e leva aquilo de que precisa. Não tem rosto nem voz. A Dama Fria vem, leva e desaparece. Mais nada. Pega em ti, ao passar, leva-te com ela e espeta-te num buraco qualquer. No último retalho de céu que vês antes de te cobrirem de terra, ela reaparece e sopra para cima de ti. E tudo o que te resta, nesse momento, é a escuridão. O frio."

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Ainda na onda dos thrillers, adicionei à lista o livro A Mulher à Janela de A. J. Finn. Pouco ou nada sei sobre a história, até porque evito ler sinopses principalmente quando o ponto forte do livro é o suspense, mas parece-me ser um thriller psicológico, o que torna o livro particularmente relevante já que livros deste género literário escasseiam na minha lista.

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Já leram algum destes livros?

OPINIÃO | A Corrente

21.05.20

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Título: A Corrente

Autor:Adrian McKinty

Ano de publicação: 2020

Editora: Editorial Presença

 

Comprei "A Corrente" há cerca de um mês quando tinha uma vontade inexplicável de ler thrillers. Não sabia nada sobre este livro até ter passado os olhos por um anúncio de alguém que se queria desfazer do livro por um preço que me pareceu aliciante. Foi nesse momento que pesquisei sobre ele e fiquei fascinada com a originalidade que está por detrás desta história macabra!

Tendo sido uma compra por impulso, algo que não me acontece com muita frequência, o resultado foi bastante positivo.

Começando pelas características de que mais gostei nesta leitura. Em primeiro lugar está sem dúvida a escrita que considero atípica dentro do género literário, nada superficial nem tão pouco totalmente factual, e com inúmeras referências literárias. De seguida, esta leitura ganhou muitos pontos pela originalidade do enredo, a ideia por detrás é de que existe uma corrente que faz com que os pais cujos filhos foram raptados só os possam ter de volta depois de pagarem e de os substituírem na corrente por uma outra criança que, como possivelmente já terão adivinhado, terão eles próprios de raptar.

Os pontos menos favoráveis que identifico nesta leitura são essencialmente dois. O primeiro está relacionado com o ritmo em que a ação decorre, achei que alguns acontecimentos mereciam ter sido descritos em mais páginas do que aquelas que o autor utilizou, aconteceram muito rapidamente. Por outro lado achei que certos acontecimentos, como a aproximação entre duas das personagens, foram forçados, o que poderá ser uma consequência do ritmo demasiado acelerado para o meu gosto, que o autor impôs a certas partes da leitura.

Outra situação que tornou esta leitura menos agradável foi o drama incutido em toda a leitura, através da doença de uma das personagens centrais. As constantes referências ao problema e as diversas situações em que considero que o estado de saúde da personagem se incompatibilizou com as suas ações e atitudes, não funcionaram nada bem para mim.

Contas feitas, a originalidade do enredo e o suspense em que está envolto proporcionaram uma leitura viciante que cumpriu o objetivo inicial de uma leitora que procurava um bom thriller para ler.

 

Classificação no goodreads: 3/5

 

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OPINIÃO | Flores Cortadas

19.05.20

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Título: Flores Cortadas

Autor: Karin Slaughter

Ano de publicação: 2016

Editora: Harper Collins

 

Karin Slaughter é a minha escolha segura dentro do género thrillers e por isso já sabia que o livro me iria prender desde a primeira página.

Em Flores Cortadas o enredo decorre no contexto de uma família marcada pelo desaparecimento da filha mais velha do casal, há cerca de duas décadas. Temos as suas duas irmãs como personagens centrais, Claire e Lydia, que não se falam e que apesar de terem seguido caminhos opostos, a vida trará de voltar a juntar.

Se há coisa que os livros de Karin Slaughter que li até ao momento, creio que já foram 5, têm em comum são o misto de mistério, que me faz querer devorar os livros, e a escrita dramática, que me deixa o coração apertado. Neste livro em particular, o mistério é a parte que não vos posso contar, já o drama reside na dor e tristeza que caracteriza esta família e que tão bem a autora conseguiu transmitir.

Há, contudo, uma outra característica de (alguns) livros da autora e que é particularmente evidente neste livro: as descrições bastante visuais de situações muito macabras. Confesso que esta característica me causa algum incómodo, ainda que não excessivo, e que acabo por não ler todos os excertos mais descritivos. 

Em Flores Cortadas a forma como a autora intercala capítulos narrados por diversas personagens, em vários momentos do tempo presente e passado, como se fossem várias peças de um puzzle que o leitor terá de encaixar, tornam a leitura ainda mais interessante. Há uma personagem em particular, que não reconhecemos de imediato, que narra alguns capítulos que parecem descontextualizados e que são talvez das partes mais emotivas do livro, particularmente quando percebemos qual a identidade do narrador.

Foi uma leitura intensa e voraz, como as que a autora já me havia proporcionado. Os livros de Karin Slaughter têm cumprindo o seu propósito, pelo que recorrerei a eles sempre que a vontade assim exija.

 

Classificação no goodreads: 4/5

 

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O que se lê por aqui

14.05.20

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Peguei finalmente no clássico "As Vinhas da Ira" de John Steinbeck, são 30 capítulos, estou a ler um por dia de modo que a leitura vai prolongar-se até ao final de maio.

A leitura de "Uma Educação" de Tara Westover não tem evoluído, sinto que Steinbeck já está a exigir praticamente a totalidade da minha capacidade de concentração por estes dias, pelo que voltarei a dedicar-me ao primeiro quando sentir que estão novamente reunidas condições para tal.

O que por aqui não se tem conseguido ler é "Pão de Açúcar" de Afonso Reis Cabral e a culpa não é "destes dias", sou mesmo eu que não consegui ir além de 30 páginas daquela escrita demasiado factual e optei por não continuar a leitura. O que deixou espaço na mesa de cabeceira para mais um livro, que fiz questão que fosse de um autor português: "Filho da Mãe" de Hugo Gonçalves.

E por aí, o que andam a ler?

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