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Claro como a água

Um blog para os apaixonados por livros, ou simplesmente para quem procura um livro para ler

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OPINIÃO | O Grande Gatsby

16.04.16

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Título: O Grande Gatsby

Autor: F.Scott Fitzgerald

Ano da primeira publicação: 1925

Editora: Relógio D'Água

 

Este é um daqueles clássicos que nunca pensei ler. Já tinha lido a sinopse várias vezes, já tinha ouvido falar no filme mas nenhum dos dois despertou o meu interesse. Mas eis que a editora Relógio D'Água publica uma edição de O Grande Gatsby, inserida na colecção Clássicos Para Leitores de Hoje, e eu, aparentemente sem justificação e por impulso, compro um exemplar. Foi o melhor que podia ter feito.

 

Esta edição em particular é muito bem concebida, o preço é acessível (tal como as restantes obras da colecção) a capa é fiel às primeiras edições da obra e a edição inclui ainda um prefácio da autoria de Anthony Burgess, que só li no final porque spoilers é coisa de que não gosto.

 

Esta é uma das obras mais marcantes da literatura, foi publicado pela primeira vez em 1925 e já foi adaptado ao cinema várias vezes. F. Scott Fitzgerald oferece ao leitor uma visão da sociedade americana dos anos 20, uma sociedade marcada por excessos, corrupção, especulação financeira e consumismo.

 

O narrador da história é Nick Carraway que, contrariamente ao que é hábito em histórias narradas na primeira pessoa, é uma testemunha e não o protagonista da história. Nick relata os acontecimentos vividos por Jay Gatsby, a personagem principal. Penso que esta foi a forma que o autor encontrou de não sobrecarregar a narração no que toca a emoções e dramas, e ainda bem que o fez!

 

Gatsby é uma personagem envolta em mistério e inicialmente é apenas o vizinho excêntrico de Nick: é descendente de uma família rica, tem uma casa maravilhosa onde decorrem festas exuberantes frequentadas por toda a cidade e até tem uma piscina privada. No entanto o cepticismo de Nick rapidamente desaparece, dando lugar a uma grande amizade e ao ponto de partida para um "romance perfeito" com um final absolutamente genial!

 

A escrita do autor é simples mas muito apelativa, através de um discurso bem construído o autor consegue envolver o leitor e deixá-lo preso à obra.

 

"O seu coração batia cada vez mais depressa à medida que o rosto de Daisy se aproximava do seu. Sabia que, quando a beijasse, unindo para todo o sempre as suas inexprimíveis visões ao sopro perecível daquela rapariga, nunca mais o seu espírito correria livre como o espírito divino. Por isso ficou à espera, escutando por um instante ainda o diapasão que percutira uma estrela. Depois beijou-a. Ao contacto dos seus lábios, ela desabrochou para ele como uma flor, e a encarnação ficou completa."

  

O enredo é muito completo, não existe para mim uma personagem adorada mas por outro lado existem personagens odiosas como é o caso dos Buchanans (Tom e Daisy) que destroçam vidas refugiando-se naquilo que os une: o dinheiro. Gostava que o autor tivesse desenvolvido um pouco mais a personagem Jay Gatsby, ao perdermos o narrador-protagonista perdemos muito informação que tem de ser reposta de alguma forma, este foi o único ponto menos positivo que encontrei na obra.

 

Foi o meu primeiro livro do autor e também o meu primeiro sobre a sociedade americana dos loucos anos 20, foi sem dúvida uma grande surpresa, ainda mais para quem não dava nada pelo livro. Muito bom!

 

Classificação no Goodreads: 4/5

 

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