OPINIÃO | Furiosamente Feliz
Título: Furiosamente Feliz
Autor: Jenny Lawson
Ano da publicação: 2016
Editora: Marcador
"Somos todos bastante bizarros, alguns de nós são apenas melhores a escondê-los."
Quando terminei este livro sentia-me tão bem, tão feliz. Só me apetecia falar sobre o livro, recomendá-lo, reler as passagens mais marcantes e olhar, uma vez mais, para este guaxinim maravilhosamente bem-disposto (o Rory). É impossível não sorrir. Acho até que vou adoptar esta capa para todos os meus livros, se não for para me fazer feliz, que seja para arrancar um sorriso às pessoas à minha volta.
A autora deste livro é Jenny Lawson, uma mulher que reconhece ser doida mas que escolheu ser furiosamente feliz. Apesar das doenças mentais, fobias, depressões profundas e ainda uma artrite reumatóide, Jenny consegue ter uma postura perante a vida como pouca gente consegue ter. É essa a mensagem que Jenny quer passar. Este livro não é um manual sobre como ser feliz ou como ultrapassar a depressão, é antes uma partilha de experiências entre Jenny e os seus leitores, que sem nos apercebermos pode mudar a forma como levamos a vida.
Sei que muitos de vós não vão sequer ponderar ler este livro quando souberem que se encontra na secções de auto-ajuda, mas ainda assim, e porque não consigo evitar, vou dar-vos motivos para o lerem.
Se sofrem de distúrbios mentais, fobias, depressões profundas ou até mesmo artrite reumatóide, e tendo em conta que o livro está na secção de auto-ajuda, então têm mesmo de ler este livro.
Se não sofrem de nenhuma das doenças mencionadas no parágrafo anterior, então das duas uma: ou conhecem alguém que tem pelo menos um destes problemas, e nesse caso fará igualmente sentido que leiam o livro, ou então não, e assim sendo digo-vos que este livro vai proporcionar-vos umas boas gargalhadas e provavelmente levar-vos a questionar a vossa sanidade mental.
A Jenny é uma pessoa genial, com um sentido de humor como nunca vi e não se dá nada mal com a escrita, pelo contrário, consegue expressar-se muito bem e cativar o leitor (tenho de dar os parabéns à editora pela tradução). Se tiverem dúvidas podem consultar o blog da Jenny. Soltei imensas gargalhadas, sorrisos e algumas vezes, ainda que poucas, a autora conseguiu deixar-me o coração bem apertadinho.
Este livro conseguiu aquilo que nenhum outro livro conseguiu: levou-me a questionar-me acerca da minha maluqueira, doidice, paranóia, ou outro nome semelhante. Em vários momentos senti que a autora teve a coragem de transportar para a realidade (leia-se, livro) alguns dos pensamentos que temos na nossa cabeça, ou pelo menos que eu tenho na minha. Calma, não fujam já! Ainda não sou perigosa nem totalmente doida! Aqueles pensamentos mais drásticos que a autora tem, como por exemplo, "os meus principais pensamentos durante as férias são: esfaqueia, esfaqueia, esfaqueia, foge!", eu não tenho (mas vou testar durante as próximas férias).
É claro que a maioria das histórias/memórias/pensamentos da autora são um pouco loucos, e é nessas alturas que soltamos as maiores gargalhadas. Deixo-vos um excerto só para aguçar a curiosidade:
Não é um livro de ficção, não é um manual sobre como ser louco neste mundo e sobreviver, é um livro que merece ser lido e relido para nos relembrar que estamos cá para viver e não para sobreviver, que devemos ser bizarros, diferentes, únicos, mas furiosamente felizes! Eu cá conto lê-lo sempre que sentir que preciso, nem que seja para que a Jenny me lembre que "a celulite da pessoa mais feia é sempre mais atraente do que o intestino grosso da super-modelo mais bonita."
Classificação no Goodreads: 5/5