Foi assim que quebrei o jejum
"Todas as árvores caminham sobre o Tempo, sobre a passagem das estações, porque nenhum outro movimento lhes resta. Existem, simplesmente, dividindo-se entre o corpo visível que se estende à luz e o corpo inferior que vive de forma encoberta.
Os seus frutos, contudo, são esperanças perdidas, Verão após Verão. Imagens do desejo de poder ser mais do que braços a estender-se ao céu, ao vento, à impiedade dos pássaros. Da vontade que todo o corpo, o poderoso corpo, pudesse sair da terra, com duas pernas móveis, e a fizesse estremecer de medo quando uma delas voltasse a pousar na superfície."
Entrei na livraria, vi o livro, toquei-lhe, peguei-lhe, admirei a capa, li a pequena biografia do autor, folheei o livro, abri-o numa página aleatória e li dois parágrafos. Senti que precisava de o levar comigo. Foi assim, com um autor de quem nunca tinha ouvido falar e com um livro de que não tinha qualquer referência, que quebrei um jejum que já durava há mais de 1 mês e meio.
Das duas uma, ou o livro é mesmo bom ou alguma força divina me levou a abrir o livro na única página que vale a pena ser lida. Dentro de uns dias tudo será esclarecido.